O que é?

A história da medicina osteopática é de inovação, inspiração e desafio ao longo do último século. Apesar de vários obstáculos, a filosofia osteopática guiou a profissão até os dias atuais. Devemos muito disso ao fundador da profissão médica osteopática e à sua primeira escola, Andrew Taylor Still.

O Dr. Andrew Taylor Still, um Doutor em Medicina (MD) e Doutor em Osteopatia (DO), foi o fundador da profissão osteopática e um visionário que enxergou o potencial intercultural da assistência médica enquanto vivia e trabalhava na zona rural da fronteira americana no século XIX. Como um médico americano que interagiu com populações nativas americanas, ele tomou conhecimento dos seus princípios de cura e criou a osteopatia como um sistema de cura único. Apoiando-se nos princípios e práticas osteopáticas históricas, a osteopatia combinou a sabedoria de cura baseada no espírito, herdada da medicina tradicional/complementar e alternativa (CAM), com a sabedoria de cura baseada na ciência ocidental.

"A osteopatia é a terapêutica que tem como objetivo diagnosticar diferencialmente, tratar e prevenir distúrbios neuro-músculo-esqueléticos e outras alterações relacionadas, utilizando uma variedade de técnicas manuais e outras afins necessárias ao bom desempenho osteopático para melhorar funções fisiológicas e ou a regulação da homeostase que pode estar alterada por disfunções somáticas, neuro-músculo-esqueléticas e elementos vasculares, linfáticos e neuronais relacionados." (Portaria 207-B de 2014)

O cuidado osteopático abrange o conceito da unidade da estrutura (anatomia) e função (fisiologia) do indivíduo; reconhece que os sinais e sintomas clínicos de cada paciente são as consequências da interação de múltiplos fatores físicos e não físicos; e enfatiza a importância da relação paciente-profissional no processo terapêutico. Osteopatia e medicina osteopática são abordagens de saúde centradas na pessoa (em vez de centradas na doença).

Osteopatas usam o toque, manipulação física, alongamento e massagem para aumentar a mobilidade das articulações, aliviar a tensão muscular, melhorar o suprimento de sangue e ação dos nervos para os tecidos e ajudar os próprios mecanismos de cura do corpo. Eles também podem fornecer conselhos sobre postura e exercícios para ajudar na recuperação, promover a saúde e prevenir o reaparecimento dos sintomas.

Os 4 princípios fundamentais da Osteopatia propostos pelo Dr. Andrew Taylor Still são:

1º A estrutura governa a função: com isso o Dr. Still quer dizer que qualquer tecido ou sistema corporal só pode funcionar bem se a estrutura estiver adequada, e que se houver algum desequilíbrio, cedo ou tarde isso se transformará numa dor, sintoma ou patologia.

2º A unidade do corpo: naquela época o Dr. Still já percebeu que tudo no corpo está interligado, que cada osso, víscera ou músculo que esteja com alguma alteração vai gerar repercussões em vários outros tecidos e sistemas, pois o corpo é um só. É como um grande lago em que se atirarmos uma pedra, em algum ponto do lago as pequenas ondas que se formarão irão atingir todo o lago.

3º A auto cura: outra perceção sobre o funcionamento do corpo que o Dr. Still incorporou nos seus tratamentos é a de que o nosso organismo tem a capacidade de autocura, que em termos técnicos chamaríamos de homeostase. Se batermos forte uma parte do nosso corpo contra algum objeto, isso vai gerar um hematoma, porém mesmo sem tratamento nenhum esse hematoma desaparece depois de uma ou duas semanas, o que nos mostra que o corpo tem a capacidade de drenar essa hemorragia e reparar os tecidos. Portanto, desde o ponto de vista osteopático, o que o terapeuta precisa fazer é encontrar o que está no impedimento, que o corpo realize a homeostase. Em geral são restrições articulares, musculares, fasciais ou mesmo viscerais que podem ser ajustadas com uma abordagem manual.

4º A lei da artéria:O Dr. Still dizia, com toda razão, que qualquer tecido só pode funcionar bem se estiver bem vascularizado. Por isso dentro do pensamento osteopático é importante eliminar qualquer alteração da vascularização que ocorra por compressões, estiramentos ou por alterações do Sistema Nervoso Autônomo.

São utilizadas uma vasta variedade de técnicas manuais de tratamento:

• Técnicas diretas,
• Técnicas indiretas (articulares de Sutherland e fasciais),
• Miotensivas,
• Pontos gatilho (ou de Jones),
• Reflexas

Um tratamento manipulativo em qualquer das suas vertentes, seja ela estrutural, visceral, craniano, etc., é ministrado com o objetivo de restaurar a homeostasia estrutural com subsequentes efeitos benéficos tanto para as suas próprias estruturas como para os variados mecanismos fisiopatológicos envolvidos.

Referências:

https://www.aost.pt/pt/osteopatia/

https://osteopatiabrasil.org.br/sobre-a-osteopatia/filosofia-osteopatica/

https://pestanaosteopatia.pt/a-historia-da-osteopatia/

https://www.degruyter.com/document/doi/10.7556/jaoa.2017.027/html

https://www.osteopathy.org.uk/visiting-an-osteopath/about-osteopathy/